domingo, 15 de fevereiro de 2009

Brasil é xenófobo - 72% da população é contra estrangeiros

Jornal suíço contra-ataca e diz que Brasil é xenófobo

Os jornais suíços fizeram um duro ataque contra o Brasil, mesmo sem saber o resultado final das investigações no caso da advogada brasileira Paula Oliveira, que diz ter sofrido um aborto após ser agredida por um grupo skinhead na última segunda-feira em Zurique.

O periódico "Neue Zürcher Zeitung" ironiza o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alerta que a mídia brasileira "regularmente publica notícias de fatos totalmente inventados, acusações que já destruíram a vida de outras pessoas".

Segundo laudo médico emitido pela polícia suíça, Paula não estava grávida. De acordo com o jornal, a gravidez inventada seria uma técnica comum no Brasil para mulheres que querem pressionar seus maridos. Para o NZZ, o Brasil seria um dos países mais xenófobos do mundo. "O país tropical está, de acordo com sondagens internacionais, entre os Estados com maior índice de xenofobia: 72% são, segundo pesquisa, contra a recepção de estrangeiros", comenta a publicação.

A palavra é altamente manipulável. Aquilo que acreditamos é totalmente influenciado pelo o que ouvimos ou lemos. O ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, estava certo quando disse que uma mentira, contada 100 vezes, torna-se verdade. Ou não estava?

Afinal, o que é verdade? Não é somente uma justificativa que damos para afirmar algo que acreditamos? E o pior: a mente humana tem a tendência de analisar “suas verdades” de acordo com as próprias crenças. Dificilmente alguém se coloca no “lugar do outro”, não busca saber todos os lados de uma coisa, para tirar uma conclusão. Qual é a verdade no caso da brasileira que diz ter sido atacada por skinheads na Suíça? O jornal suíço mente, ao dizer que o Brasil é xenófobo? Ou o governo brasileiro é que mentiu, ao julgar verdadeiro o caso e pressionar as autoridades suíças baseados nas palavras da brasileira? Como disse, para qualquer fato existem argumentos que apóiam. É possível que eu também seja xenófobo. Em alguns momentos... por que não? É por essas e outras que não acredito naquilo que leio, não dou bola pra a imprensa e não vejo TV ou noticiários. Para ver minha mente ser manipulada o tempo todo? Ah... tenho mais o que fazer...


Alex Possato é diretor do nokomando-desenvolvimento pessoal e profissional, soluções sistêmicas


4 comentários:

Brasil na Italia disse...

Às vezes temos a vontade de simplesmente deixar um problema para lá se não nos afeta diretamente.

É difícil saber onde está realmente a verdade em um mundo acostumado a manipular as informações como interessam.

Daí a dizer que o Brasil é um dos países mais xenófobos do mundo, quero saber da onde tiraram essa estatística.

O Brasil é um país formado basicamente por imigrantes de todo o mundo: africanos, portugueses, espanhóis, italianos, holandeses, ingleses, chineses, japoneses, judeus, católicos.

Ao contrário do que têm acontecido na Europa, partidos nazistas não existem no Brasil. Existe a desigualdade social e exclusão dos mais pobres, mas não depende da origem e sim da conta bancária.

Fico pensando o que leva uma mulher a se auto flagelar, mas em qualquer caso, não gostaria de estar no lugar dela.

O que está acontecendo com o mundo? É realmente um acontecimento deprimente e não faz bem a comunidade brasileira que mora no exterior.

Karen disse...

Com relação à atitude do governo/embaixada brasileira creio que a postura de acreditar em seu cidadão é sempre a mais adequada. É claro que somente "acreditar" e não investigar, até para que as devidas providências possam ser tomadas, é estupidez, mas tomar como verdadeira a palavra de um cidadão seu até que se prove o contrário, não.
Obviamente, quando se fala do mundo não se fala do que é ideal, e sim, do que é. Porque se fossemos falar do que seria ideal mesmo, seria já termos aprendido com as inúmeros guerras e disputas étnicas atribuidas às nacionalidades, que apenas o fato de nos referirmos a essa moça como a "brasileira", e não a fulana, já nos coloca em uma posição discriminatória.
O grupo dos "brasileiros" no exterior, infelizmente, uma vez que assim denominados, estão sujeitos ao que implica ser brasileiro de acordo com a visão das culturas em que se inserem, e a única maneira de mudar isso é individualmente, construindo uma história de respeito e de laços de amizade aonde se vive.
Portanto, não é certo, mas é esperado que a imprensa suiça vá julgar essa moça a partir de estereótipos e da mesma forma é esperado que seu país pelo menos a honre com o devido crédito.
Quanto a sermos um país xenófobo, creio que nossas origens não nos redimam. Em muitas partes do Brasil, os estrangeiros de hoje, não de 400 ou 500 anos atrás, ainda vivem isolados em comunidades, muitos de nós ainda dizemos que "não há lugar como o Brasil" e não se pode dizer que porque não temos skinheads não somos preconceituosos.

alex possato disse...

Acima, dois comentários, um bem diferente do outro, principalmente na questão de o Brasil ser xenófobo ou não... Somos xenófobos? Bem, nós, brasileiros, matamos alguns milhões de indígenas, durante 500 anos de história. Mas a censura nos bancos escolares, a partir de 1964, fez parecer que não foi isso que ocorreu. Acho que no Brasil tem um pouco de tudo: discriminação social, racial, financeira, cultural... As coisas aqui são mais camufladas. E também tem um monte de gente, mas um monte mesmo, que está nem aí pra essas coisas de discriminação...
Principalmente porque o carnaval tá chegando!!! Alalaô oooô oooô!!!

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