Quem espera? Não sei... parece que existe “algo” que nos impele rumo a fazermos mais do que até nós mesmos acreditamos, a ir além das nossas forças físicas, condições intelectuais e até emocionais. Por este “algo”, desafiamos o nosso medo de falar com pessoas, em dar nossa cara para bater, em fazer algo que nem sabemos se estamos prontos para desempenhar. Fazemos isso porque este “algo” é maior que nós. E para que este “algo” surja, é necessário nos colocarmos a serviço. E investigarmos dentro de nós, e não fora. A força e o caminho estão em nós, e fluem de nós. O consultor norte-americano Brian Souza explica que “às vezes, é difícil ver a verdade sobre nós mesmos e mais difícil ainda reconhecê-la... A resposta só pode vir após cuidadosa observação e escuta das palavras e dos atos, de modo que possamos aprender quem somos e com o que realmente nos importamos”.
A mente intuitiva fornece as respostas. A mente racional fornece as perguntas
Queremos saber o que viemos fazer neste bendito planeta. Pelo menos, eu sempre quis. E engraçado é que, ao ver tantos exemplos de pessoas grandiosas, fiquei buscando nos exemplos deles algo que se encaixasse em mim. Que tal ser igual a Jesus Cristo? Não, é muita areia pro meu caminhãozinho... E então, Francisco de Assis? Ou Bill Gates? Pelé? Ora bolas... é interessante como somos ensinados a olhar para o sucesso dos outros, as benfeitorias dos outros, as qualidades dos outros, e não para nós. O nosso dom está em nós. E possui peculiaridades que só encaixam no nosso trabalho. Da mesma forma que as pernas tortas se encaixavam no jeito de jogar do Garrincha, quem sabe a minha timidez não se encaixe no meu estilo de orador? Do mesmo jeito que a paralisia facial e o corpo malhado do Stallone se encaixou no papel de Rocky, quem sabe o meu jeito japonês e a imagem que o pessoal tem disso não se encaixe perfeitamente no papel do consultor e terapeuta?
Quem somos, e com o que realmente nos importamos? pergunta Brian Souza. A mente racional, analítica, foi feita para isso: para perguntar. Mas ela não fornece respostas, somente dúvidas. Ela irá ver o sucesso de Roberto Justus e questionará a competência dele, comparará ele a si mesma e julgará, geralmente algo do tipo: não chegarei onde ele chegou. E nem quero, viu! Já que a mente racional fornece dúvidas, por que não utilizar esta competência inata? Faça perguntas a si, mas perguntas construtivas, do tipo:
- que talento possuo?
- o que sei fazer bem?
- o que me diverte e relaxa?
- como usar os talentos, as habilidades e as coisas que me divertem no meu trabalho?
- o que mais preciso desenvolver?
- com quais pessoas devo me unir?
E espere a intuição responder. Não queira responder com a cabeça. Veja se concorda com esta frase: “o grande problema é que vivemos em uma sociedade onde impera a cultura da razão, cujo valor máximo é a mente cerebral e controladora, em detrimento das emoções e da intuição. Sob a ditadura do raciocínio, fica mesmo difícil, senão impossível, estabelecer uma conexão com a divindade interna, o que faz com que as pessoas vivam desconectadas de si próprias, incapazes de se ligarem em sua intuição”. Bem, apesar de poder parecer que esta frase é de um guru espiritualista, ou um religioso, ela vem de Nuno Cobra, um dos mais famosos coaches de esportistas vitoriosos, como Senna, Hakkinen, Gil de Ferran, empresários, executivos...
Quando você pergunta a si mesmo sobre sua missão, e silencia a mente lógica, consciente, percebe sensações. Muitas vezes são sensações emocionais, que ainda não é intuição. Qualquer tipo de excitação ou depressão, medo ou alegria, êxtase ou raiva, são somente emoções. A missão simplesmente surge, talvez com um papel não muito definido, mas com uma convicção tão plena, que sua razão ou sua emoção não pode negá-la. Ela está além da mente. É como se possuíssemos um plano a ser cumprido, uma espécie de projeto, antes de nascermos. E é possível que tenhamos este plano. Quando andamos em direção à concretização dele, sentimo-nos bem e realizados. Quando nos afastamos e entramos em nossas neuras do dia-a-dia, sentimo-nos mal e estressados... Pode ser que esse plano seja uma somatória de informações que herdamos dos nossos ancestrais, geneticamente. Ou quem sabe seja algo além? Tanto faz... Para vê-lo, é importante soltar as crenças da cabeça. É necessário deixar as emoções de lado, por um instante. E buscar, através de perguntas corretas. E então... meditar. Ou fazer caminhadas.
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