quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Crise Mundial? Que crise?


É admirável a capacidade da mídia em inventar crises e bolhas de crescimento. Não existe crise. Simplesmente porque não existe crescimento. A vida é um contínuo movimento, onde subir e descer é natural, faz parte, é assim. Você, brasileiro no exterior, não saiu do país por uma crise, mas seguindo a um impulso pessoal, que dizia estar no exterior as melhores oportunidades. Enquanto muitos saem, outros enriquecem aqui mesmo. E muitos imigrantes vêm para o Brasil, a terra prometida... para eles. Chineses, bolivianos, paraguaios, até minha esposa alemã. Eu, especificamente, que já vivi fora e hoje estou no Brasil, percebi que para mim – baseado nas minhas habilidades, personalidade, foco, etc - , as oportunidades no Brasil são maiores. Ganho mais aqui, bem mais, do que quando estive fora... Mas, por outro lado, a experiência que vivi no exterior é uma das minhas mais fortes bases para a auto-confiança em trabalhar e me desenvolver. Minha mulher, alemã, que era uma executiva de carreira promissora e ótimo salário em Berlim, deixou a Europa para “camelar” no Brasil. Hoje, ela não se arrepende. Tem uma ótima carreira no Brasil e muito mais prazer em trabalhar e viver. Mas também não descarta viver em outro lugar...

Sabe o que quero falar? Todo lugar é bom, para quem se vê bem. Todo lugar é ruim, para quem não se banca. Muitos brasileiros se dão bem realizando empreendimentos no exterior. E não voltam mais. Assim é a vida. Do outro lado, existe uma infinidade de pessoas, tanto aqui, como aí, que vão levando, simplesmente empurrando com a barriga. Para esta multidão, não importa o crescimento profissional, a conquista de maiores patamares, o investimento em si mesmo, objetivos fixos, controle emocional. Importa sobreviver.

O mercado de trabalho, no mundo inteiro, é assim. Alguns poucos lideram, a maioria é liderado. Poderia tecer um monte de teorias a respeito disso, passando do meu passado comunista e sindicalista, até o simples e puro xingamento contra a “elite burguesa”. Mas saquei, conforme os anos foram passando – e olha que passa muito, muito rápido, que ou eu banco a mim mesmo, faço minhas metas de crescimento, qualidade de vida, espiritualidade, grana no bolso, alegria de trabalhar e viver, ou me junto ao choro da maioria.

Por isso, falar em crise só é bom para a imprensa. Crises vão, crescimento vem, e vice-e-versa. E a economia continua girando, assim como o planeta. Em matéria do Financial Times, traduzida em português pelo site da BBC londrina, você pode ver que existem brasileiros se dando bem com empreendimentos em Boston, na área de limpeza e serviços domésticos. E na mesma matéria, pode conferir que, segundo estudos, metade das empresas abertas por brasileiros de Governador Valadares em terras brasilis não dão certo.

Sabe por quê? Por falta de, em primeiro lugar, fé no próprio taco. Em segundo, trabalhar no negócio adequado ao perfil. Em terceiro, estudar a si mesmo, psicologicamente, economicamente, administrativamente. Em quarto, ousadia em fazer diferente, fazer o que os outros não fazem, mas com a própria cara. Em quinto, perseverança. E perseverança nem sempre significa horas exaustivas de trabalho. Perseverar tem muito mais a ver em saber fazer diferente quando uma tática não deu certo. Inventar, estudar ou copiar outra estratégia. Estratégia? Sim, estratégia. E a principal estratégia é a que você utiliza consigo mesmo, para dominar seus medos. Sim, medos. Porque quando a conta ficar negativa e o gerente do banco ligar, você tem que lidar com a situação como um bom jogador, e não um amador cheio de desculpas e sentimento de culpa. Quando você tiver que administrar demissões, é importante saber que a saúde financeira da empresa está em jogo, e não dá “para ser bonzinho” nestas horas, até porque, você é um “empregado” da própria empresa. E olha que fui petista desde os anos 80, e ainda voto no PT. Mas tive que aprender que administrar é diferente de ser paternalista.

Bem, estas são algumas idéias, que demonstram que a crise ou a prosperidade inicia na mente, nas emoções, nos pensamentos e nas atitudes do próprio empreendedor. Isto dá para ser treinado: mente e atitude. Agora a “tal crise” que se fala nos jornais por aí, o máximo que dá é ficar olhando as notícias negativas e balançar a cabecinha, dizendo: ta ruim mesmo...

Alex Possato

Coach, consultor de marketing e comunicação, palestrante e escritor, diretor do Nokomando-realização profissional e pessoal

Um comentário:

Unknown disse...

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