Esta questão é muito interessante. Todos os nossos órgãos sensoriais estão voltados para fora, por isso, acabamos julgando os outros pela aparência que eles têm, e não exatamente pelo o que são. E o pior: por acreditar nisso, acabamos também assumindo uma aparência muitas vezes diferente de quem realmente somos, porque queremos ser aceitos pelo grupo que pertencemos. Vestimos para agradar os outros, e não para ter prazer e assumirmos quem realmente somos. A inteligência emocional exige um olhar atento para quem somos. E isso implica, muitas vezes, em não andarmos “uniformizados”, com a cara do grupo que pertencemos. Até porque, se queremos ser aceitos (e todos queremos, de certa forma), o que adianta eu andar como todo mundo? Não serei notado. O máximo que acontece é não causar espanto. Serei alguém de pijama listrado no meio de um monte de zebras.
Eu considero a roupa e a aparência um dos mais divertidos testes que podemos fazer, ao nosso modo, para trabalhar a questão da inteligência emocional. Mudar a cor do cabelo, o tipo de roupa, colocar um acessório que nunca usaria… tudo isso provoca emoções. E como lidamos com as nossas emoções? Isso é inteligência emocional. Lembro-me que fui atender um cliente, um vereador de São Paulo, filho de um ex-governador de São Paulo, na Câmara Municipal. Eu estava de sandália de couro, e todos de terno ou roupa social. Ouvi o assessor sussurrar que eu era hippie. Achei engraçado, porque não sou. Atendi o cliente, trabalhamos juntos muitos anos… Fui aceito, do jeito que sou, com minha sandália de couro e tudo… O ponto principal é saber que quem tem que aceitar alguém é a própria pessoa, que aceita a si mesmo. Não é vestir-se para fazer parte do grupo, mas vestir-se para estar bem consigo. E assumir quem você é.
Lógico que cada um tem o seu próprio senso de estética e também do quanto agüenta se provocar. O objetivo não é provocar “os outros”, mas permitir-se a si mesmo. Vou deixar algumas dicas para se trabalhar a inteligência emocional através da mudança na aparência:
1 – investigue-se se você tem uma aparência que gostaria de ter, ou se busca somente se adequar aos outros?
2 – veja quem são seus ídolos, famosos ou não. Quem são as pessoas que admira? Como eles se comportam? Como eles se vestem? O que você vê de bom neles, que quer despertar em si também?
3 – ouse. Busque mudar um acessório. Usar cores que nunca usaria. Estilos diferentes. Cortar o cabelo de diversas formas. Mudar a cor deles. E perceba o que isso causa em você.
4 – perceba seus limites. Dê um passo de cada vez, do seu jeito. Você verá que a pessoa mais importante nesta história é você mesmo. Respeite-se profundamente.
5 – perceba o que você ganha em ser você mesmo. A alegria que é permitir-se fazer o bem para si, vestir de formas mais adequadas a si, comportar-se sem máscaras e saber dominar as próprias emoções que isso pode provocar. Leve isso como brincadeira, diversão… porque trabalhar a aparência não passa disso. É uma grande brincadeira, mas que pode provocar grandes insights.
Alex Possato é autor de CDs sobre imagem pessoal e inteligência emocional, escritor, palestrante e diretor do nokomando-desenvolvimento humano. Clique aqui e saiba mais
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